A ação dos planetas talvez possa ser simbolicamente mais bem ilustrada pela ação do prisma que separa as diferentes cores contidas na luz solar e as espalha no espaço de acordo com um padrão definido (o espectro da luz solar). As órbitas quase concêntricas dos planetas agiriam como uma rede de difração (um instrumento que pode tomar o lugar de um prisma na física) que dispersa ou diferencia a luz solar, decompondo-a em seus elementos energéticos. Desse modo, cada planeta corresponderia a uma certa cor do espectro, em conformidade com seu lugar na "rede" do sistema solar. Ao que parece, todavia, não podemos usar essa analogia para relacionar cada planeta a uma
determinada cor, visto que a seqüência planetária não segue a escala das cores.
Pelo fato de tal interpretação da função dos planetas na astrologia ser bastante abstrata, o astrólogo tem sido mais ou menos obrigado a falar em termos semi-mitológicos e a fazer de cada planeta uma entidade com poder de "influenciar" as mentes humanas e os organismos terrenos - na verdade, uma espécie de Deus. Contudo, chegou a hora de todas as pessoas racionais, interessadas na astrologia, pedirem uma interpretação que considere os planetas não como Forças isoladas, que determinam boa sorte ou tragédia para os homens, mas como um grupo de fatores - uma instrumentação coletiva - que toma o complexo, porém latente, poder da luz do Sol que diferencia e espalha na forma de raios coloridos, com cada um deles desempenhando uma função particular no corpo e na psique dos seres humanos. Os planetas não são os "raios", mas os indicadores do processo, diferenciador da luz solar em "raios" ou modos de força orgânica em atividade.