Classificação

Esse processo de diferenciação, portanto, de focalização sobre as várias partes do organismo vivo (produzido pela força geradora da Lua) pode ser dividido em várias fases. O caráter dessas fases é revelado simbolicamente através das diversas maneiras como os planetas podem ser dispostos em pares ou unidos em grupos. E é só quando se compreende plenamente os vários tipos de relacionamento interplanetário que o significado astrológico de cada um e de todos os planetas se torna uma realidade viva na consciência do astrólogo.
Num tipo de relacionamento interplanetário, dispõem-se os planetas aos pares por suas posições nas duas séries que, partindo da Terra, caminham em direções opostas: portanto, Marte e Vênus, Júpiter e Mercúrio e mais o Sol exterior (que nesse caso poderia ser simbolizado por um planeta intramercurial: Vulcano). Essa união aos pares é muito significativa - porém menos na forma popular, na qual Marte representa o pólo de sexualidade masculino e Vênus o feminino, do que no sentido mais profundo do equilíbrio universal entre as forças centrífuga (Marte, como cabeça da série exterior de planetas) e centrípeta (Vênus, como cabeça da série interior, dirigida ao Sol). De fato, o significado da polarização Marte-Vênus é o significado de "para fora" e "para dentro"; essas duas direções de crescimento ou desenvolvimento são encontradas onde quer que haja vida e consciência.
O primeiro fato a ser considerado no estudo dos planetas é o de haver uma específica polarização dupla do potencial básico solar; Marte e Vênus são as expressões mais elementares e pessoais desse fato. Representam a percepção da dualidade mais intimamente conhecida por um ser humano. Tal percepção, todavia, não chega a um ser humano em conseqüência de sucessivas mudanças de uma polaridade para outra. Não se trata da percepção disto e em seguida daquilo, mas sim disto e daquilo - ambos ao mesmo tempo. No reino da geração lunar há uma alternação de polaridade: um tipo de atividade segue o outro periodicamente. Mas, quando lidamos com o reino dos planetas, ocupamo-nos com modos de atividades simultâneos.O mundo lunar é o mundo da continuidade, da dualidade experimentada em fases sucessivas. O mundo planetário é o reino da "múltipla integração funcional"; os planetas operam durante todo o tempo, muito embora a intensidade relativa das atividades deles seja constantemente modificada (sendo isso mostrado, na astrologia, por suas "dignidades", isto ê, por suas posições nos signos zodiacais e nas casas).
Essa diferença entre os reinos lunar e planetário é de importância capital. Onde a sucessão de mudanças no processo da vida é o fato básico, a consciência está sujeita ao tempo. Mas, onde a simultaneidade de expresso existe - onde um fator cresce ao mesmo tempo que outro diminui e todos os fatores se equilibram e se interpenetram mutuamente, de mil maneiras - então, a consciência é capaz de se perpetuar e de estabelecer seu próprio veículo permanente de expressão. Em tal veículo, a personalidade individual de um homem ou de um grupo de homens é conservada, mantida e reproduzida.
Quando um grupo de homens é envolvido, esse veículo de expressão é urna "cultura" e também o resultado das criações inspiradas pela reação típica do grupo às experiências da vida. No caso de um indivíduo isolado, a personalidade dessa pessoa pode ser imortalizada dentro do "corpo espiritual", que pode ser considerado uma teia planetária de energias solares estabelecida no nível da mente dinâmico-criativa, de 
que falam místicos e ocultistas. Nesse nível de existência planetária pura, livre das mudanças das marés do mundo lunar, o espírito solar se expressa através de uma organização ajustada de forças planetárias criativas - através da "fraternidade universal" dos planetas.