a moça

Eu estava olhando uma moeda na qual estava a face de um rei, este rei já está morto, aparentemente é tão importante ser um rei e ter moedas com o seu próprio rosto, mas compreendo que tudo é ilusão, pois ele está morto, então qual a importância de ser rei?

Eu olhei pela  janela e vi uma bela moça e ela esquiava na neve tão segura e confiante com um ar de ser superior. A sensação é a mesma, eu penso; é de eternidade, da mesma forma de que a imagem na moeda me proporcionou, também a imagem da moça fez o mesmo. Quero dizer que apaixonadamente damos valor para as coisas que na verdade não permanecem, as valorizamos como se elas fossem eternas e as coisas mais importantes da vida. O dinheiro, o status e o amor de uma bela mulher. Parece que isso é tudo, e; pronto para seduzir um homem, então; eu penso no quanto somos imaturos em relação a essas coisas tão antigas, questões em que nossos antepassados muito se apegaram e perderam a verdade da vida. Nesse momento em que um homem pode amadurecer e deixar de ser apenas um homem das cavernas no comportamento emocional. Acho que é para mim preciso amadurecer, não sendo materialista racional e muito menos um escravo emocional, apegado as sensações, neste constante mentir para si -mesmo a respeito das coisas, dando-lhes valor acima da realidade.

Uma moça bonita que passeia lá fora em seus esquis, cabelos negros presos, magra, atraente, como se ela fosse dona da felicidade para mim, mas eu vejo isso em tantas reflexões, sejam elas mil reflexões que outrora eu já tivera, posso compreender que ela própria pensa sobre si mesma que é vazia, que é apenas um ser humano e que não guarda consigo as chaves da felicidade de ninguém e que tudo o que ela pode oferecer é tão somente interpretar uma história, fazer papéis de suas lembranças e de seus personagens que personifica em si de forma inconsciente.

Personalidades estão procurando outras personalidades para criar dramas, teatros na vida real, porém; eu penso que sou aquele que é telespectador e não o ator, então, quero contemplar a realidade daquilo que é eterno não me entregando ao oque for apenas um sonho passageiro.